terça-feira, 2 de novembro de 2010

Crueldade bem vinda cap 3

Depois do incidente com Mike, nunca mais o vi. Já se passaram 15 dias. Criei muitas amizades aqui dentro, por incrível que pareça, pois mesmo sendo todos vampiros - fora os novatos - eles são muito legais e a maioria se alimenta apenas de animais. Julia continua sendo minha melhor amiga aqui dentro é claro, estuda na mesma turma que eu e falando nessa classe, há uma menina chama Alessandra que é super nojenta, sério. Ela se acha a gostosona da escola apenas porque é bonita, mas é burra feito uma porta ou finge ser. Um dos calouros também se tornou um amigo meu, seu nome é Augusto, super educado e sincero, nunca me decepciona quando conversamos. Bom, agora é assim, sempre ando com os dois, Julia e Augusto. Meus únicos confidentes, que já sabem sobre os vampiros. Hoje algo incomun aconteceu na minha sala. Estava sentada como de costume em minha mesa, até que alguém se posta frente a ela, quando levanto a cabaça é um lindo menino de olhos tão negros quanto seus cabelos, ele se abaixa até ficar com o rosto na altura do meu e diz:

- Olá, me chamo Jean. Sou capitão do time de basquete daqui.
- Oi, sou Lucia...- respondo inquieta e Julia olhava pra nós.
- Eu sei, por isso vim. Sabe que somos vampiros e não demonstra medo. Gosto disso em mulheres humanas - ele disse passando o dedo pelo meu queixo.
- Ah...- disse afastando seu dedo.
- Bom, nos vemos no intervalo.

Ele sai da sala e todos olham para mim, meus melhores amigos me perguntavam o que tinha sido aquilo, mas eu mesma não sabia ao certo. A aula passou tranquilamente, era biologia o que eu gosto muito. O moreno não me saia da cabaça é claro, mas quando pensava nele a imagem de Mike aparecia com força e uma onda de arrepios corria pelo meu corpo. Como ele podia fazer-me sentir assim, mesmo com ele longe e depois de tanto tempo? - me perguntava. A resposta estava perdida em algum lugar, e acha-la era quase impossível.

O que eu tanto tentava esquecer chegara. A hora do LANCHE! O momento que supostamente Jean viria falar comigo, mas para minha surpresa na porta da sala, havia outro menino com o uniforme do time. Quando chego perto da saída o garoto olha de cima em baixo pra mim e diz.

- Olá! Sou Lucas! Amigo do capitão, ele me mandou vir buscar você é por que é pra te levar direto pra quadra. Hoje teremos um jogão! É meio que intercolégiais.- disse Lucas empolgado, dava pra ver certinho em seus olhos que ele queria ir logo, assim o acompanhei com a Ju, mas o Augusto quis ir com uma menina que tinha conhecido. Eles formavam um casal até que fofo.

Nos dirigindo para a quadra, notei que não era mos os únicos, vários alunos também iam na mesma direção. Quando chegamos o lugar já estava lotado, mas Lucas continuou andando, porém indo para longe da arquibancada e sim para um lugar na frente dela com algumas cadeiras e mesas VIP. Em uma delas havia uma blaquinha escrita: " Lucia e amigos ". Insisti para Lucas que não me deixa-se ali, ele disse que Jean ficaria bravo então não pestanejei mais. Sentamos e esperamos o jogo começar, de repente o começa a tocar uma musica e dois times entraram. Um vestindo um uniforme vermelho, muito bonito. Porém o outro - o da minha escola - era branco com detalhes em dourado. Simplesmente perfeito. No corpo daquele jogadores maravilhosos era perfeito, com a elegância deles ficava ainda mais.

Eles fizeram um rápido aquecimento e então a partida iria começar. O juiz no meio, apresentava as escolas com a ajuda de um microfone até que foi interrompido, pois alguém pegou-o dele. Era Jean.

- Boa tarde senhoras e senhores! Hoje é um jogo muito especial, não apenas pela sua importância no campeonato, mas porque a minha amada Luci estará me assistindo. Luci, este jogo é para você - disse ele jogando um beijo em minha direção. Fazendo o publico vibrar.

Mas qual era a dele? Nem me conhecia...o vi apenas um vez antes e ele já me amava? Tem alguma coisa errada. A partida estava para começar até que o placar que contava os segundos para o inicio foi desligado. E assim o juiz teve que suspender tudo. Mas o que surpreendeu a todos foi que, pela entrada dos atletas vários alunos estava entrando na quadra, todos de preto. Era o conselho estudantil, liderados por Mikeal. Eles vão até o centro da quadra e o encarregado pela partida pede silencio para que possamos ouvir o conselho. A quietude foi absoluta.

- Parem este jogo agora - disse Mike com a voz mais fria do que a habitual.
- E por que eu pararia, presidente? - disse Jean encarando-o com garra.
- Porque o senhor está burlando regras.
- Regras? Quais? Pelo o que eu saiba a escola autorizou este jogo- respondeu o capitão indignado.
- Sim, regras. E não disse que eram as da instituição - falou Mike mais seco ainda.
- A...perguntei quais! Diga, queremos jogar! - Jean se exaltou.
- As da nossa espécie, seu bruto. Sempre fora assim Senhor Jean, nem sangue puro corre em suas veias, mas mesmo assim age como tal - respondeu o loiro com um ar solene e superior.
- Ora seu! Eu vo-
- Não acabei seu selvagem. No começo deste evento, disse que jogaria por alguém. Mas não pode, pois esta pessoa já tem dono.
- Do que está falando Mikeal? Lucia? Ela não é de ninguém! - gritou o jogador já fora de controle.
- Sim, ela mesma e sim ela é de alguém. Minha - disse Mike com a maior segurança do mundo.
- Sua? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH faça-me rir! Desde quando?? Nunca o vi junto dela.
- É, foi um erro da minha parte. Mas ela é minha sim. Eu já bebi do sangue dela. O que foi delicioso - comentou Mike olhando na minha direção passando a língua pelos lábios. Com certeza eu corei.
- Você o que?? Aha! Não acredito - disse Jean pálido - Sabe que se estiver mentindo, não será perdoado. E sendo um sangue puro, pagará muito mais caro.
- Não acredita em minhas palavras? - perguntou o loiro.
- Não, a menos que me provem o contrário. Ou se não vou abrir um processo contra você!

Como é? Eu sou dele? Mas como assim??

-Vixi!! Agora é que ficou feio a história - disse Julia e sim ela sabia sobre Mike.
- Como assim? - perguntei.
- Pelo o que eu pesquisei, desde quando você me contou sobre os vampiros, o " processo" que ele está falando não é como um processo para nós humanos, no caso deles se um vampiro estiver mentindo sobre algo ele pode ser condenado a várias coisas absurdas. E mentir sobre que um humano lhe pertence é o pior crime, que leva direto a execução - diz ela. Sim ela é muito estudiosa, e quando fica com algo na cabeça se torna obcecada, ela mesmo me contou isso.
- Morte?? Mas...- digo.
- Faça alguma coisa Lu!! Diga que é verdade! Ele por ser um sangue puro, pode levar a culpa mesmo sem julgamento! - disse minha amiga desesperada
- Mas eu tenho vergonha?? O que todos vão pensar sobre mim? - disse aflita.
- E importa?? Mike pode morre Lu!

Ela tinha razão, eu não podia deixa-lo assim. E tinha algo dentro de mim que queria ir correndo para os braços dele. Mike era inocente! Eu tinha que gritar isso. E fiz. Corri em sua direção e grite.

- É verdade! - falei parando entre Mike e Jean - É verdade. Ela já bebeu meu sangue. E eu sou dele!
- Como é Lu? - perguntou Jean pasmo.
- É como eu disse Jean. Olhe, nos conhecemos hoje pela manhã, não sei o que fez você me querer...mas infelizmente já tenho alguém em meu coração.
- Lu...minha flor. Deve estar sendo manipulada por um dos poderes deste imbecil. Claro que é mentira. Você é muito pura para ter sido tomada por este cara idiota! - Jean estava transtornado e cada vez mais ele vinha em minha direção, até que pegou meu braço e começou a me chacoalhar - Diga que será minha!!
- Pare, está me machucando - disse, até que senti duas mãos forte me puxando pela cintura e vou de encontro com o que me parece ser um muro, mas quando levando a cabaça, vejo que é Mike, olhando fixamente para Jean com os olhos cheios de desejo de matar e ódio.
- Nunca mais encoste um dedo nela, seu imundo - disse o meus salvado pausadamente - Se o fizer, eu lhe mato.
- Mike, espere! - disse temendo o pior - Calma, eu estou aqui - me virei e o abracei, nunca sei o porque, mas algo me diz que só assim posso acalma-lo.
- Luci...- ele me abraça forte, como se quisesse comprovar que era meu corpo em seus braços e enterra seu rosto em meus cabelos castanhos. Ele levanta novamente a cabeça e encara o capitão - Ouça, se não sai daqui agora eu lhe mato, se encostar novamente em Lucia eu lhe mato. Se dirigir a palavra à ela novamente eu lhe mato, se pensar nela eu lhe mato. Bom, não tem muita alternativa não é mesmo? Eu lhe declaro expulso da D.G.
- COMO É? NÃO PODE FAZER ISSO? QUEM PENSA QUE É? - disse Jean maluco.
- Não só posso como já o fiz. Para o seu governo, sou o dono deste colégio. Sou mais velho do que todos vocês juntos. Tenho 900 anos. Só resolvi me passar por presidente do conselho, para ficar a par do que acontecia aqui dentro. Senhor Jean Riculious, está expulso da minha instituição. Levem-no

Nisso, dois homem vestidos de preto pegam o moreno pelos braços e o tiram da quadra. Nesse meio tempo, Mike começa a me arrastar para fora do local. Agora tudo se encaixava, por isso nunca o via em horários de intervalos. Por isso não havia nenhuma sala com seu nome - Julia pesquisou - e por isso todos o respeitavam. Já estávamos dentro do prédio principal e eu conhecia aquele caminho, dava direto naquela sala. A sala onde o loiro que me carregava bebeu o meu sangue. Quando entramos na dita sala, o vampiro comigo estava atônico, ele me colocou sentada em um sofá e se ajoelhou na minha frente. Colocando a cabeça no meu colo.

- Não mais te deixarei ir novamente - disse ele - Se eu pudesse chorar agora eu choraria.
- Que exagero. Estou aqui não estou...mas não entendo o porque de tudo isso. Nem nos conhecemos direito.
- A minha amada, como gostaria de lhe contar a verdade- ele se levantou e começou a andar pela sala.
- Do que está falando? - só não me levantei porque ainda estava com as pernas moles de nervosismo.
- Não posso.
- Diga! Sempre senti que você me esconde algo. Sempre senti que sei lidar com você! O que é? Me diga! - gritei. Não sabia o que estava falando, as palavras simplesmente fluíam em meus lábios contra a minha vontade.
- Sabe lidar comigo? - por que ele estava sorrindo agora?
- Diga!
- Mandona como sempre, não é minha linda? - disse ele - Ok, lhe contarei, mas me prometa que não sairá correndo e gritando como já fez antes.
- Já fiz antes? Está dizendo de quando bebeu meu sangue?
- Não. Só prometa.
- Sim, eu prometo - disse decidida.
- Certo meu amor, hoje você saberá a verdade por trás de tudo.

Seus olhos aparentavam tristeza, como se já tivesse contado está história vária vezes. Mas eu queria ouvir, mas o que ouvi não era o que esperava.

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